quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Quando encontrei a moda, ou quando ela me encontrou.

Vou precisar contar uma história bem longa pra chegar até o dia em que decidir seguir uma carreira dentro da Moda.
Desde muito pequena sempre tive meu lado artístico um tanto aflorado. Quando eu tinha 2 anos eu escalava tudo o que conseguia na minha casa, até que um belo dia, minha mãe descuidou um pouquinho de mim para ir ao banheiro e eu resolvi escalar a estante da sala, só que eu me apoiei na televisão e ela caiu em cima de  mim, por sorte o tubo de imagem não estourou, então hoje estou aqui contando essa história que deixou minha mãe de cabelos em pé, e o meu pai um pouco mais careca. Fui crescendo um pouquinho e continuei escalando as coisas, principalmente as janelas da sala, que eram enormes. Eu dizia que queria fugir com o circo, queria ser acrobata ou a boneca elástica. Quando vinha circo para a cidade eu ficava enlouquecida, tinha que ir umas duas vezes lá, ficava encantada com todo aquele colorido, as mágicas, as acrobacias... Mas quando minha mãe falava que ia me deixar lá de verdade eu chorava e me agarrava nela e íamos embora.



Passou um tempinho eu achava que era artista, queria ser pintora, achava o máximo encher um caderninho brochura de desenhos abstratos (eu nem sabia o que era isso). E quando eu levava meus desenhos pra escola, meus colegas de classe achavam o máximo (ou fingiam) e alguns até pediam pra eu reproduzir um desenho ou outro, magina que eu ficava feliz né. Fiquei com essa ideia de ser pintora por um longo tempo na cabeça, até que conheci o bendito The Sims!



Quando conheci esse jogo eu já tinha uns 10 anos, e comecei a jogar tanto que a história de pintura ficou um pouco para traz, daí em diante queria ser decoradora. Eu querer ter essa profissão também tem muito haver com o emprego que minha mãe tinha na época, ela era costureira em uma loja de móveis. Na maioria dos dias eu ia pro trabalho com ela, e ficava lá brincando com os mostruários de tecidos, fazendo combinações dando palpites para os patrões, brincava que tinha um escritório (só para deixar bem claro, eu não bagunçava nada, depois de brincar eu colocava tudo no seu devido lugar), era demais, eu adorava aquele lugar, toda vez que passo em frente a loja tenho vontade de entrar pegar os mostruários, sentar no chão e fingir que eu era uma super decoradora.



Além de minha mãe trabalhar nesta loja e eu sempre vê-la costurando lá, ela sempre teve uma máquina de costura em casa, que eu sempre ficava mexendo e fazia a maior 'massaroca' nas linhas. Então ela sempre costurava uma coisa ou outra em casa, e eu sempre pedia pra ela fazer roupinhas de Barbie pra mim, já que era meu brinquedo preferido, e comprar roupinhas avulsas sempre foi muito caro, e eu queria que as minhas bonecas tivessem um closet invejável!

Depois da minha fase decoradora, quando eu tinha mais ou menos 14 anos já comecei a me interessar muito por moda, só que eu era uma "rockeira do mal" (mentira, eu andava cheia de correntes e toda de preto, mas chegava em casa e brincava de Barbie ou The Sims), então eu queria ser estilista de um estilo gótico, sério, eu achava o máximo, mas ainda bem que essa fase passou.
Quando falei isso para os meus pais, eles não deram muita bola, principalmente meu pai, ele achou que logo eu fosse tirar essa história fútil da cabeça e ir fazer Direito, igual minha irmã. 

Mas a fase não passou, o desejo de ser estilista só aumentava. Então quando minha mãe viu que não tinha jeito que era isso mesmo que eu queria, ela resolveu me colocar no curso de corte e costura, fiz o curso durante o 2º e o 3º colegial pra ver se era isso mesmo que eu, e além desse comecei a fazer aulas de desenho também, pra já entrar na faculdade com uma base legal.

No 3º também comecei a fazer cursinho pré-vestibular, porque sempre estudei em escola pública e não aproveitava tanto quanto deveria o conteúdo das aulas, e eu tinha botado na cabeça que ia fazer uma faculdade pública em SP ou Londrina, só que eu tinha 17 anos, e meu pai super preocupado não deixou nem eu prestar vestibular longe, na época fique P$%$@#%$@# da vida, mas hoje eu entendo, proteção e preocupação de pai. Então estava decidido, ia prestar vestibular em Americana no Unisal mesmo. Além de toda a confusão que um cursinho causa na nossa cabeça, fiquei conhecendo um outro curso, Tecnologia Têxtil na Fatec em Americana, fiquei empolgada, uma faculdade pública e aqui do lado, decido prestar também, mas não tinha muito interesse, queria mesmo o curso que chamava MODA.
Prestei TT e passei, minha matrícula no Unisal já estava feita e a matrícula paga quando vi o resultado da Fatec na internet. E agora né? Contei pros meus pais, meu pai ficou "todo todo" porque a filha tinha passado numa faculdade pública. Eu sinceramente nem queria fazer a matrícula, não queria fazer tecidos, queria fazer MODA. Mas acabei indo no dia seguinte fazer a matrícula, e quando peguei a grade curricular na mão, já virei pro meu pai e falei "sinto muito, mas eu não vou fazer", ele ficou extremamente chateado, e eu também, porque até fiquei doente por causa desse maldito vestibular.
Eu tinha algumas semanas ainda pra decidir, a matrícula estava feita, a van arrumada, mas eu não queria estudar, química, física, matemática... tudo que eu mais odiava na escola e agora com mais intensidade e responsabilidade.
Mas decidi fazer um pouquinho a vontade do meu pai e fui pra faculdade de TT. Foi um horror, fiquei apenas uma semana no curso, se eu for contar tudo o que me passou vou escrever até amanhã, e acho que ninguém vai aguentar chegar nem até o final deste post.
Resumindo, a gente tinha cancelado minha matrícula da Moda, mas quando desisti de TT meu pai voltou comigo no Unisal e refez minha matrícula e comecei a realizar o meu sonho naquele dia, acho que foi um dos dias mais felizes da minha vida, sério, sem exagero!




O engraçado é que quando eu lembro desse meu sonho e amor pela moda, eu não consigo lembrar de nenhum amigo ou amiga minha que tivesse já uma profissão que queria seguir já na 8ª série. O pessoal queria curtir, enforcar aula, ficar com um monte de gente... é claro que eu fiz tudo isso, até suspensão eu levei, mas quando o assunto era o que você quer ser quando crescer, pra mim isso era uma coisa bem séria.

Tive a fase de querer ser bailarina profissional também, porque fiz ballet durante 5 anos, e seguir carreira nessa arte seria lindo, mas eu não aguentei a pressão. Quero voltar a dançar, mas só por dançar mesmo.

Escrevi sobre essa história, porque faz uns quinze dias que sonho que estou na escola ainda, ou melhor, que fiz a faculdade só que por algum motivo eu tive que voltar pra escola. Algumas vezes sonho com o 3º colegial no Perches, outras sonho com os tempos de escola lá atras, lá na 5ª série no Lázaro, acho que é a saudade de não ter responsabilidades que faz isso. Tempos bons e bem aproveitados, e se eu pudesse voltar, aproveitaria muito mais cada dia!
Além disso contei para mostrar que tudo na minha vida estava sempre entrelaçado com a arte, mesmo que não fosse moda a escolhida eu iria fazer alguma outra coisa relacionada ao mundo das artes que é a minha grande paixão!

Eu disse que esse não era um blog de moda comum, que eu ia mostrar o por traz do Glamour, e aí está.

Se esqueci de algum detalhe conto em outra página!




Bjobjo ;*



Kelly Ranieri;

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